sábado, janeiro 23, 2010

1914 - 2010

Ainda hoje oiço os gritos do seu sangue numa dança emotiva e desesperada em torno do seu ser... imovel.
No início tive medo de a encarar... não sabia como a iria encontrar...
Fiquei colada ao chão a olhar para aquele espaço á minha volta... tão quente e eu tão gelada..
Aproximei-me cautelosamente olhando sempre por detrás do cabelo... e imaginava-a.
Sem querer bati os olhos na sua direcção... tarde demais, sem maneira de recuar no tempo deixei-me estar... fixa nela...
Tão serena... a sua pele... como uma cera... imaculada igualando a sua expressão...
Mulher de armas, lutadora por todos os anos que o seu corpo passou...
Nada faltou em seu redor que não fosse digno ou merecido...
É com um sorriso que me lembro dela... tão altiva de cima da sua respeitada idade, cheia de imaginação na ponta dos dedos... parecia-me eterna com as suas criações no colo...
Memórias boas que ficam para sempre... eternas também...
Vou ter saudades... Descansa em paz.